quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Pensamentos

O que sente? Nada.
Em que acredita? (Passa em seu pensamento idéias abstratas: na humanidade, nas pessoas, na vida) em suma: em nada.
O que deseja? Não sabe...
[Não sei se penso em tudo, ou se tudo me esquece...]
Custa tanto viver! Um desejo intenso de viver coisas, uma saudade que não passa do que não viveu, uma vontade constante de se afirmar, mas ñ para os outros, para si própria... acreditar que não é mais aquela garotinha que corria para a varanda de casa esperando pela volta da mãe - que um dia simplesmente não voltou.
[Não sei se sou feliz, nem se desejo sê-lo...]
Cada vez mais esse 'não sentir' lhe dá agonia, como uma reviravolta no estômago: Afinal, o que há de errado com ela?
Por quê cada vez que lhe elogiam ela olha para a pessoa com desconfiança, tentando saber através da expressão do rosto do outro se isso é verdade ou zombaria?
Por que esse constante sentir-se gauche na vida?
[Por que fiz eu dos sonhos a minha única vida?]
Uma coisa é certa: cada vez mais se convence que ela ñ é nada daquilo que falam (inteligente, amiga, alegre, confiável...). Sente-se mal por tudo isso: parece que está enganando as pessoas que ama. Pior: parece que cada vez engana mais a si mesma.
Percebendo sua solidão como palpável, ela suspira. Nem lágrimas para chorar tem... Quem ela é, se pergunta. E, no mesmo instante, vem-lhe o pensamento: 'E você vai agüentar saber, de verdade?'

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